Seja um seguidor(a), não custa nada!

sábado, 12 de janeiro de 2013

Como ver uma obra de arte.


A arte corresponde a uma necessidade fundamental do homem.  O seu primeiro objetivo é uma interpreteção mais completa da vida em toda a sua plenitude.
Toda via, o desejo de expressão pela arte é tão profundamente humano que desde a pré-história se tem  manifestado sem interrupção em toda Terra. Tudo o que sabemos acerca do homem das primeiras épocas  _ excetuando-se o que as ossadas nos ensinaram  _  deve-se  ao artesanato. Este  evidencia o desejo de conferir aos objetos algo mais do que um simples caráter utilitário. A sua decoração exigiu tempo e trabalho, sendo feitos com cuidado e destinados não apenas a responder a uma necessidade utilitária, mas a satisfazer o tato , a vista, o coração. Poucas atividades humanas estão sujeitas a tantas interpretações diferentes como a arte, cuja significação varia de acordo com cada qual.
A harmonia  das formas que se manisfesta na pintura , na escultura ou na Arquitetura seduzirá o espectador. O criador ou o amador muito sensível encontrarão na arte uma catarse dos seus sentimentos.
A arte  pode ser vista de diversas formas . São formas diferentes de análise da obra de arte, mas que no conjunto poderão nos dar uma compreensão total da mesma. Estas maneiras de ver a obra podem ser divididas em :
-          Indagação sobre a finalidade da obra de arte;
-          Indagação sobre o que a obra de arte nos transmite a respeito das culturas em que foram produzidas;
-          Avaliação do realismo das obras de arte;
-          Análise da estrutura formal da obra de arte.

Atualmente, grande  número de pessoas tem acesso às obras  de importantes artistas. Há também cada vez mais oportunidadedes para ver e estudar essas obras. Contudo, várias obras costumam ser vistas num contexto afastado da arte, como peças de publicidade ou em cartões comemorativos. Em outras palavras, as obras não são realmente olhadas _ pois ver não é o mesmo que olhar, assim como ouvir não é igual a escutar.  Ver envolve apenas o esforço de abrir os olhos; olhar significa abrir a mente e usar o intelecto.
Olhar uma pintura é como partir para uma viagem _ uma viagem com muitas possibilidades, incluindo o entusiasmo de compartilhar  a visão de uma outra época. Como em qualquer viagem, quanto melhor a preparação, mais gratificante será  a expedição.

Seis  Linhas Mestras:
Tema
Todas as pinturas têm um tema específico, cada um com sua mensagem significativa. Com frequência o tema é fácil de se reconhecer; mas em muitos casos, em especial nas obras  mais antigas , os artistas escolheram histórias da Bíblia ou relativas aos deuses da Antiguidade, como aquelas narradas na mitologia grega e romana. Ao criar essas obras , os artistas deviam presumir que seu público estava familiarizado com essas histórias. Hoje isso não é mais verdade, porém redescobrir esses grandiosos mitos e lendas pode ser um dos maiores prazeres ao se olhar uma pintura.

Técnica

Cada pintura deve ser criada fisicamente, e a compreensão das técnicas utilizadas, como emprego da tinta a óleo ou o uso do afresco, aumenta muito nossa apreciação da obra de arte. A maioria das obras são notáveis por suas inovações técnicas e seu virtuosismo.

Simbolismo

Muitas obras usam extensamente uma linguagem de simbolismo e alegoria que na época era compreendida tanto pelos artistas como pelo público. Os objetos reconhecíveis, mesmo pintados em detalhe, não representam apenas eles mesmos, mas conceitos de significado mais profundo ou mais abstrato. A familiaridade com esta linguagem diminuiu muito, mas ela pode ser redescoberta pelo estudo dos quadros e das crençàs da sociedade que formou o artista.

Espaço e Luz

Os artistas que buscam recriar uma representação convincente do mundo na superfície plana de uma tela ou madeira precisam adquirir o domínio da ilusão do espaço e  da luz. É notável a variedade de meios pelos quais esta ilusão pode ser criada. Não há duas  obras em que esses meios sejam iguais, e em alguns casos o principal deleite visual de uma pintura está na maneira como o pintor  trabalhou essas duas qualidades fugidias.

Estilo Histórico

Cada período histórico desenvolve um estilo próprio, que se pode  perceber nas obras de seus artistas principais.  Os estilos não existem isoladamente, mas se refletem em todas as artes; é possível acompanhar a evolução da história da arte desde o início da Renascença até  os tempos modernos.

Interpretação Visual

Qualquer pessoa que embarque na viagem de exploração dos significados das pinturas logo ficará confusa com a quantidade de pontos de vistas apresentados. Uma orientação simples é : se você vê alguma coisa sozinho, acredite nela _ não importa o que digam. Se não consegue ver não acredite.
Cada pessoa tem o direito de levar para uma obra de arte o que quiser levar através da sua visão e da sua experiência, e guardar o que decidir guardar, no nível pessoal.  O conhecimento da história, das habilidades técnicas deve ampliar essa experiência pessoal. Mas se a dimensão pessoal se perde, então olhar uma obra de arte não é mais significativo do que olhar um problema de palavras cruzadas e tentar resolvê-lo.



domingo, 6 de janeiro de 2013

Pintura Corporal Indígena


Pintura corporal é uma forma de expressão artística e uma linguagem visual em estreita relação com outros meios de comunicação verbais e não-verbais, que pode ser “lida”, pois revela intenções  pacíficas ou guerreiras, sentimentos, emoções, situações festivas ou circunstâncias religiosas , importância social. Além disso, apresenta outras funções. Com efeito prático, a pintura corporal espanta os insetos e defende a pele dos efeitos do  sol. Tem também a intenção mágica de afastar os maus espíritos.
As cores mais usadas pelos índios para pintar seus corpos são o vermelho muito vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do suco de jenipapo e o branco da tabatinga.(pedra argilosa) A escolha destas cores é importante, porque o gosto pela pintura corporal está associado ao esforço de transmitir ao corpo a alegria contida nas cores vivas e intensas.




ARCIMBOLDO


GIUSEPPE ARCIMBOLDO
1527 – 1593

Nascido em Milão. Fez vitrais e desenhos de tapeçarias para Catedral de Milão, mas foi considerado pintor de retratos, sua arte era excêntrica.
Em 1562, passa a trabalhar para a Corte Imperial Romana (Imperador Fernando I e seu filho Maximiliano II) , pintou vários retratos da família real, além de servir a corte como arquiteto, cenógrafo, engenheiro ( possuía elementos múltiplos).
Em 1563 inicia  a sua Primeira Série “Quatro Estações”.
Embora famosos enquanto vivo, foi esquecido após a sua morte.
Arcimboldo, tal como Platão, via o universo inteiro – homens, animais e plantas – como uma unidade, e pintou seus quadros, tendo em mente essa unidade.
A coleção “Quatro Estações” encontra-se no Museu nacional do Louvre , em París.

Primavera: 
De longe vê-se o rosto de uma mulher de perfil. Ao olhar de perto, vê-se os detalhes que a compõe, a pele consiste em floresc6encias que vão do branco ao rosa, o cabelo é feito de um conjunto de flores coloridas, a vestimenta é composta por um aglomerado de plantas verdes, o nariz é um botão de lírio, a orelha uma tulipa, o olho um par de dulcamaras e suas florescências.
Há flores brancas dispostas de forma a compor um rujo que separa o rosto do vestido.

Verão: 
É todo feito de qualidades diferentes de frutos e legumes verânicos. As cores fulgurantes da cabeça salientam-se em relevo contra o fundo escuro. Na gola encontra-se a autenticação de sua obra. ( é a única da série que possuí assinatura).

Outono: 
De um velho barril nasce um arranjo em forma de cabeça, onde o nariz é uma pêra, a bochecha uma maçã madura, o queixo uma romã.
Coroado por uvas pretas e brancas,  e folhas de videira avermelhadas e uma abóbora.
A sumptuosidade dos frutos indica a fecundidade do outono, e a língua afiada, que surge dos lábios espinhosos, parece assinalar a antecipação jubilosa do outono em relação às delícias culinárias.

Inverno: 
Um velho formado pelo toco de árvore velha com casca estalada, capacho palha grossa cobrindo-o  do frio. Ele não encara o inverno só como a estação fria, também exibe algo confortável, vê-se uma laranja e um limão, cores vivas, dando idéia de sol e calor.
A hera verde, sensação de esperança – o inverno não será  eterno.

A ordem das Estações abunda em simetria simbólica.
Há sempre duas cabeças perfiladas que emparelham, uma delas voltadas para a esquerda, outra para a direita, exprimindo uma relação especial entre as estações que representam.